Ana Paula, que chegou ao Senado sem votos e por efeito de suplência, não possui densidade política nem articulação para liderar um partido do porte do PSB em um estado complexo como o Maranhão. Sua nomeação soa mais como um prêmio de consolação aos “dinistas” do que como um ato de grandeza.
Ao rifar a aliança com o governador Carlos Brandão, que foi o responsável por fortalecer o partido no estado, atrair prefeitos, vereadores, deputados e consolidar o PSB como força no Maranhão, João Campos empurra a sigla direto para a oposição e, pior, para a irrelevância.
Diversos prefeitos estão já estão com o pé fora. O partido perderá vereadores. E até o deputado federal Duarte Júnior, um dos nomes de maior visibilidade da legenda, avalia trocar de sigla. Isso deverá ser concretizado quando abrir a janela partidária em 2026.
Nos bastidores, o movimento já é tratado como "um tiro no pé". Brandão, que está no comando do governo e se prepara para o ciclo eleitoral de 2026, deve conduzir sua base para partidos como MDB, PSDB e União Brasil, legendas com estrutura e tempo de TV.
Sem o apoio do governador e sem liderança real, o PSB pode repetir o fiasco do Solidariedade no Maranhão, quando caiu nas mãos do deputado Othelino Neto e simplesmente desapareceu do cenário político. A diferença é que, agora, o estrago pode ser ainda maior, com prejuízo nacional para o partido que, até então, tinha uma presença forte no estado.
O que era um partido protagonista, com capilaridade e representatividade, está prestes a virar coadjuvante. E tudo isso por causa de uma escolha mal feita, que desconsiderou méritos, histórico e capital político. O PSB no Maranhão, nas mãos de Ana Paula Lobato, corre o sério risco de ser reduzido a uma sigla decorativa, usada para atender interesses pessoais, sem qualquer projeção eleitoral concreta.