Enquanto esteve à frente da Prefeitura de Timon, Luciano Leitoa governou para poucos. Agora, longe do poder, reaparece como se fosse dono de todas as respostas para os problemas da cidade.
O ex-deputado federal, ex-deputado estadual, ex-diretor do DEINT e duas vezes prefeito de Timon tenta vender uma nova versão política de si mesmo. Em entrevistas e nas redes sociais, Luciano surge com um discurso recheado de críticas à atual gestão e soluções milagrosas para os desafios da cidade. A ironia é que, quando teve a caneta na mão, sua prática foi bem diferente.
Durante seus mandatos, Leitoa extinguiu o sistema de transporte coletivo, deixando milhares de timonenses sem opção de mobilidade digna e acessível. Além disso, foi alvo de operações da Polícia Federal que investigaram desvios de recursos públicos, episódios que marcaram negativamente sua trajetória.
Luciano gosta de se apresentar como “o menino prodígio da política” — afinal, foi um dos deputados federais mais jovens do país. Mas sua atuação parlamentar pouco beneficiou Timon. Suas emendas e articulações privilegiaram outras cidades, inclusive Teresina, enquanto o município que lhe garantiu o mandato ficou em segundo plano.
Agora, no papel de opositor, ele parece ter respostas prontas para todos os problemas da cidade. No entanto, se realmente quisesse contribuir, o primeiro passo deveria ser um exame de consciência. Afinal, boa parte das mazelas que Timon enfrenta hoje tem a assinatura das gestões de sua família — do pai, dele próprio e da tia.
Sem esse reconhecimento, qualquer discurso de “salvador” soa apenas como oportunismo político.