Enquanto a população de Matões enfrenta sérias dificuldades com hospitais sucateados, escolas sem estrutura, coleta de lixo precária e a completa ausência de políticas públicas de saúde preventiva, a Prefeitura decidiu gastar mais de 1 milhão e meio no show do cantor Wesley Safadão. O valor, que parece ter saído diretamente do bolso do contribuinte para custear a festa, mostrou que seus governantes fazem a política de "pão e circo”.
Se investisse esse dinheiro em alimentos para a população, seria suficiente para alimentar milhares de famílias por meses. Cada cidadão acima de 14 anos receberia uma cesta básica que daria para alimentar mais de 24 mil pessoas.
E onde está esse dinheiro?
A cidade possui uma população de 32.174 habitantes, segundo o Censo 2022 do IBGE. Acesse o link
https://cidades.ibge.gov.br/brasil/ma/matoes/panorama
Com o valor gasto em apenas um show, seria possível:
Adquirir mais de 24 mil cestas básicas completas, considerando uma média de R$ 60,00 por cesta.
• Reformar unidades de saúde e equipá-las com insumos básicos, diminuindo a superlotação e a falta de atendimento digno.
• Investir em estrutura escolar, garantindo salas de aula adequadas, merenda escolar de qualidade e condições mínimas para o aprendizado de crianças e adolescentes.
• Implantar programas de saúde preventiva, com atendimento médico básico em comunidades rurais e urbanas, vacinas, exames e orientação.
• Melhorar a limpeza urbana, que segue em estado crítico, com acúmulo de lixo e proliferação de doenças.
E onde estão os representantes da cidade?
A situação se agrava ainda mais com a postura de figuras públicas como a deputada estadual Cláudia Coutinho, que segundo denúncias, teria aproveitado a festa em meio a bebidas e comemorações, ignorando completamente o sofrimento da população que diz representar.
A crítica não é ao artista, Wesley Safadão é um profissional com reconhecimento nacional, mas sim à prioridade vergonhosa dos gestores públicos. Em vez de usar os recursos para resolver problemas estruturais da cidade, a administração municipal prefere investir em espetáculos pontuais, enquanto o povo adoece sem atendimento médico, estuda em escolas deterioradas e convive diariamente com o descaso.
Eventos festivos são válidos, desde que não comprometam áreas essenciais como saúde, educação e segurança. O que acontece em Matões é o oposto: uma tentativa explícita de maquiar a crise com luzes e música, enquanto as verdadeiras necessidades da população seguem ignoradas.
O povo não quer esmolas ou festas, quer dignidade, saúde, educação, infraestrutura e respeito. Que os 1,5 milhão gastos em uma noite sirvam, ao menos, para abrir os olhos da população nas próximas eleições.