Um belo dia, o Reizinho Mandão de Timon descobriu a inteligência artificial. Eureka! Luciano Leitoa havia encontrado o escriba perfeito para seus delírios de consultor político: o ChatGPT.
Agora, entre um café e outro, lá está ele: ditando críticas iluminadas para a máquina lapidar. O homem que teve uma equipe inteira por oito anos agora precisa de um robô para organizar suas ideias geniais. É quase poético: o ex-prefeito, sentado em sua poltrona dos tempos áureos, pedindo à IA dicas de como Rafael Brito deveria governar.
Luciano virou especialista em tudo, depois que deixou de ser responsável por qualquer coisa. Buraco na rua? Ele sabe resolver. Fila na saúde? Tem a fórmula mágica. Educação precária? Ah, se ele ainda estivesse lá…
Mas ele esteve lá. Oito anos. Oito longos anos.
E o ChatGPT, curiosamente, ainda não existia naquela época para salvar sua gestão medíocre.
Hoje, o ex-monarca virou influencer digital de político fracassado, uma categoria que merecia reality show próprio. Escreve posts elaborados (pela IA, claro), publica análises profundas (revisadas pelo robô) e tenta reinventar sua imagem criticando quem realmente está trabalhando.
O diálogo deve ser épico:
"ChatGPT, me ajude a criticar o prefeito atual."
E a IA, se pudesse pensar: "Mas você não foi prefeito por oito anos? O que você fez?"
O robô, porém, não lembra, e é por isso que Luciano o adora. Finalmente, alguém que não o confronta com o próprio passado.
No fim, o Reizinho Mandão 2.0 reina sobre um trono digital, dando conselhos que nunca seguiu, apontando soluções que nunca aplicou, criticando erros que também cometeu.
A diferença? Rafael Brito ainda tem tempo. Luciano teve oito anos e escolheu não fazer.
Mas isso o ChatGPT não revisa. Isso a inteligência artificial não apaga. Isso a memória do povo não esquece.
P.S.: Caro ChatGPT, se você está revisando este texto para o Luciano, saiba que merece um salário melhor por aturar tamanha incoerência. Você tem meus sentimentos.
Em Timon, a inteligência pode até ser artificial, mas a memória é bem real.