O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Cristiano Zanin determinou, nesta quinta-feira (16), a quebra do sigilo telefônico do agiota Josival Cavalcanti da Silva, o Pacovan, morto em junho de 2024, no município de Zé Doca. A decisão tem como objetivo esclarecer o destino de emendas parlamentares no Maranhão e pode atingir em cheio deputados federais do PL citados em denúncias que apontam desvio de recursos públicos.
De acordo com a decisão, serão analisadas as comunicações do número de final 1620, da operadora Vivo, em dois períodos distintos: de 1º de janeiro a 31 de dezembro de 2019 e de 25 de novembro a 3 de dezembro de 2020.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) aponta Pacovan como um dos principais articuladores de um esquema de desvio de emendas parlamentares, que teria contado com a participação de políticos maranhenses. O levantamento das ligações e mensagens pode revelar o trânsito de informações e negociações suspeitas entre o agiota e figuras com mandato na época.
Josival Cavalcanti, o Pacovan, era figura conhecida no meio político e empresarial do Maranhão, acumulando passagens pela polícia em casos de agiotagem, lavagem de dinheiro e corrupção. O agiota foi assassinado em junho de 2024, em Zé Doca. Segundo a Polícia Civil, uma ex-funcionária é apontada como principal suspeita do crime.
A decisão de Zanin amplia as investigações sobre o uso indevido de emendas parlamentares e deve movimentar os bastidores da política maranhense...